segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ultimamente, tem me faltado a vontade de falar e ouvir.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ultimamente, tenho pensando muito pouco sobre o que tem acontecido comigo. E mudei. Mudei bastante e em pouco tempo. Acho engraçado a capacidade que o homem tem de fazer algumas transformações em si em tão pouco tempo, enquanto outras, não menos necessárias, não são feitas. Eu pensava que não sentia mais. E até me disse isso a última vez que me coloquei a pensar. Embora discorde veementemente disso depois de alguns minutos que me prestei a ficar sozinho comigo mesmo. Eu sinto. E amiúde. E são tantas vezes que eu sinto que chego a pensar que não sinto é nada por ninguém. Quando se passa sem sentir por algum tempo, e isso acontece, esquece-se como se é sentir, por isso eu acho fundamental a necessidade de algumas pessoas em nossas vidas, sentir por alguém é sentir por si próprio também. O corpo agradece quando isso acontece. O problema é quando não existe mais vontade alguma de sentir. Liga-se, então, o sinal de alerta. Aquele que passa pela vida sem vontade de sentir é o mesmo que nunca irá sentir nada de verdade. Enfim, o que eu digo é o seguinte: eu sinto.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Eu ainda acho que eu não tenho estado muito pronto pra alguma coisa nova. Isso me deixa bastante confuso, sobretudo quando a coincidência é assaz considerável. Mas eu acho que eu vou me retrair. Tenho um pouco de medo desses sentimentos súbitos que o passado representa. São sentimentos que nem eu mesmo sabia que sentia, mas sinto. Só demorou um pouco a aflorar. Demorou muito. Embora eu não me arrependa do tempo que tudo levou pra acontecer. Digo levou porque nada mais acontece. Eu acho. E minha insegurança é tão grande que eu até penso que o sentimento é o que predomina mesmo. Eu queria dizer pra essa pessoa que ela foi muito importante pra mim. Aliás, ela é. Eu aprendi muito mais do que ensinei. E ela me mostrou que dá pra ser feliz sozinho sim, embora seja muito melhor quando se está acompanhado de alguém que se goste de verdade. Amor, no sentido que eu tenho, só foi por ela mesmo. Ela me deixou calmo e eu gostei. E me beijava com vontade. Com força. Com amor mesmo. Porém, calmamente. Acho incrível como tudo tem a capacidade de ser explicada pelo seu oposto. E ela me explicou. Não sei se nós dois éramos bem opostos. Tínhamos gostos similares. Mas era diferente mesmo. Enfim, eu não estou chateado por ela, ao contrário. Estou até feliz. Talvez não hoje. Sinto inveja. Eu sei a capacidade que ela tem de amar alguém. Eu queria isso novamente pra mim. Ela nunca dependeu de mim para me amar, mas me amava como se não vivesse sem mim, ao menos foi o que pareceu. Eu não vou conseguir dizer tudo que eu queria dizer pra ela. E eu diria hoje. Acho que eu fui bastante relapso em minhas promessas. Eu sou assim, mas com ela eu fui mais. Eu sei disso. E ainda sou assim. Não por falta de gosto ou gostar. É porque é bom quando ela pegava em minha mão e me dizia o que eu tinha que fazer e brigava comigo por isso. Hoje eu tomei umas doses a mais de nostalgia.

sábado, 10 de julho de 2010

Ultimamente, eu tenho vindo dizer sobre as minhas dores e felicitações. Embora tenha vindo muito mais quando doi. Hoje não. Hoje eu só quero dizer que eu estou imensamente triste, não obstante ainda não acredite nisso. Porém, chega uma hora que as coisas começam a ficar mais claras e o que era certeza começa a se dissolver tal qual a areia de uma ampulheta. Hoje eu não estou triste por minha dor, estou triste pela dor alheia. Posto que a dor alheia, quando doi, também doi em mim. E doi de uma coisa irremediável. E eu não consigo acreditar ainda que talvez o contato se torne um pouco mais espaço, digo, talvez haja mais quilômetros do que eu gostaria. Sendo que eu nunca quis quilômetro algum. Mas as coisas não são exatamente como se quer. Na verdade, isso que se chama de destino é justamente a frustração forjada de modo positivo para se tomar um rumo nas vidas. Nós não sabemos lidar com nossa liberdade, digo, vontade. O homem gosta do cabresto. Gosta do rebanho. Mas eu não quero falar sobre isso agora. Agora eu não quero falar nada. Só queria escutar, mesmo que fosse um soluço de choro. Eu prefiro. De onde eu estou, me vejo tão impotente. E foi mais duro saber que o desejo que ela nutre eu poderia suprir: um abraço. Eu não sei porque as coisas acontecem. Já disse que discordo do destino. Talvez eu discorde porque não consigo compreendê-lo. Mas discordo. Eu sei que está acontecendo. Não por minha vontade. Embora tanta coisa aconteça por outras vontades que não são as minhas. Eu aceito porque é uma coisa resoluta. Não a aceito como coisa determinada e meu deixo que sucumba a tal vontade. Eu não. Engraçado é o movimento que a fé faz para nos mostrar que uma coisa pode acontecer, mesmo sendo improvável. E não me perguntem o que é fé. Eu não sei. Mas creio. Embora eu me diga que não vai acontecer. Creio. E só me apego a isso, pois isso é a única coisa que me resta. Creio. Eu não gosto de me apegar a coisas que eu não sei o que são. Mas me apeguei tão forte a uma paixão que até hoje eu não sei o que é. Por isso creio. E me convenço. E quando penso que não irá mais acontecer, fecho os olhos e te vejo. E isso restaura qualquer coisa que foi perdida por qualquer contingência. É complicado se tornar dependente de qualquer coisa. E eu sou dependente de uma pessoa. Não pra viver. Mas pra sentir. E tenho sentido tanta coisa, ultimamente, que não sei diferenciar cada sabor. Só o seu. E não sei dizer o seu sabor, mas o sinto com tanta intensidade que me inebrio com tanto gosto. E creio. Por isso creio. É necessário crer. E eu o faço com uma fidelidade incrível. Eu só te agradeço de verdade. E não chora mais ou até chore sim, mas perto de mim. Te espero sempre. "que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure" (Vinícius de Moraes)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Tendo em vista que o poetinha me ensinou que o amor só é realmente bom quando doi, eu acho que hoje é o dia de ele se tornar extremamente bom em mim. E eu não sei qual é o motivo pra tanta dor. Eu sei que doi. E se eu tento dormir, doi. E se eu tento ficar acordado, doi. E eu até penso que a dor não é boa quando se trata do amor, porque doi. Em outro momento, quando eu estiver sanado de tanta solidão, não doerá mais. Talvez. Mas agora, doi. E eu não me canso de sentir essa dor, pois é ela que não me faz esquecer o rosto mais... eu realmente não sei definir o seu rosto, eu não diria o rosto. Eu não saberia definir aquela por quem eu sinto o que eu sinto. E sinto muito. Sinto bastante e amiúde. E, na mesma proporção do sentir, vem a dor. E é nesse deleite de dor e contemplação que eu navego, sozinho. E talvez não seja nem a dor que me deixe tão atônito com tudo, mas sim a solitude. vil e cruel. E punge e me ver definhar com um riso sarcástico. Pois a solidão me apresenta várias pessoas e me tira ela. E, talvez, eu até cometesse o desatino de trocar uma multidão por você. Talvez não. Eu o faria. E estaria feliz. Mesmo que fosse por pouco tempo. Estaria feliz. Porém, não sei se agora eu me encontro triste, eu sei que eu estou confuso. Eu não sei pra quê abraçar um sentimento uno sendo que ele só faz sentindo se for, no mínimo, par. Eu não sei. Embora eu o abrace com tudo que há de verdade em mim. E não o soltaria jamais. Pois doi e é bom. Embora pareça masoquismo, não é. Quem disse que o humano tem que ser fácil de se compreender? Pois se o ser-humano é complexo o sentir deve ser muito mais. E comigo é assim. E é contraditório também. Pois doi e eu gosto. Não da dor, gosto do sentir. Eu gosto de sentir que eu estou vivo novamente. E se eu tiver que sentir essa dor mais vezes, eu sentirei. E virei conversar comigo, como faço hoje. Mas amanhã eu voltarei e irei ver que toda a dor faz sentido. O seu abraço é o que faz sentido. E faz todo sentindo que eu dispenso até a sua boca, mas não me solte. Eu não sei como foi acontecer, mas eu fiquei muito dependente de seus braços, embora eu tenha dois. Mas os seus são mais bonitos e calmos. E quando me envolvem é como se nada mais existisse e eu já não pretendo te largar por durante todo o tempo, mas tenho que te soltar. Por isso eu entendo a boa dor do amor. Não sei se é amor, enfim, eu entendo. E eu não reluto, pois eu escolhi assim. Deixa eu tomar sôfrego mais de seus braços como se fosse perfume de carmim. Eu também não consigo te imaginar outra cor. Só vermelho. Intenso. Vermelho. E gosto.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Do coração

e quando se trata de coração
não há cabeça alguma que resolva
e pede para que o sentimento se dissolva
é luta perdida, coitada da razão.

nesse negócio de amar
qualquer cuidado é auto-flagelo
e tudo une o feio ao belo
nessa confusão a se formar.

nesse negócio de sentir
não há como fingir
posto que se está entregue
e que o coração nunca negue

tudo aquilo que faz palpitar
todo aquele fervor a gritar
e nesse ritmo desencontrado
segue o coração ao seu lado.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sob o peso do edredom.

sob o peso do edredom
havia mistura de corpo e tom
era por debaixo de todo pudor
que o sexo pungia com dor

e todo êxtase do prazer
evidenciava-se nessa transa louca
a carne já se fazia pouca
enquanto o riso queria dizer

e dizia que naquela noite quente
sob aquele fogo ardente
havia muito mais que poesia
em busca de uma noite fria.

havia amor carnal
que se encontrava com um gemido
sempre dito ao pé do ouvido
que não existe carne formal

e que a carne enquanto lasciva
sabia se mostrar viva
e tudo se misturava em uma sensação
caminhava-se junto até a paixão

em meio a todos aqueles gritos eloquentes
havia sempre um desejo permanente
de no outro dia haver carinho
enquanto o parceiro sempre se via sozinho.

e depois de se chegar junto ao orgasmo
mostrou-se aflito o pasmo
entre a mistura de corpo e tom
sob o peso do edredom.

domingo, 13 de junho de 2010

Do sentir

E assim no branco da lua
É que avisto a tua pele nua
E esse teu sorriso
Faz-me, de alguma forma, vivo.

Nem sei ao certo o que pensar
Apenas fecho os olhos e te sigo
Esperando achar em seu abraço um abrigo
E, desse modo, me calo a falar.

Pois penso e sinto
O seu gosto de carmim
Que, de tão grande, não cabe em mim.
Vivendo desse jeito, não minto.

E a vontade que me domina
É de poder te aninhar como minha menina
Sei que se correr risco ao querer demais
Mas toda paixão pede: “seja sagaz”

Não sei se é salutar arriscar tanto
Mas a paixão me olha e diz: “é isso ou pranto”
E cansado de tanta limitação
Eu me entrego a você de alma e coração.

domingo, 6 de junho de 2010

Queria muito poder dizer hoje o que estou sentindo. Eu penso no que estou sentindo, reflito, organizo minhas ideias, mas, na hora de dizer, não digo. É complicado querer falar uma coisa e essa coisa insistir em não ser dita, seja por qualquer limitação. É frustrante e a frustração aumenta quando o que se quer dizer é relevante, ao menos pra quem diz. Eu sei de uma coisa: viver doi. E essa é toda a beleza que existe em estar vivo. Sentir a dor da vida chega a ser divino. Digo divino para enfatizar o tamanho desse sentir. E mais: viver doi e, na maioria das vezes, é a dor que cura. Pois a felicidade é um lampejo apenas. Cura-se através da dor. É importante, às vezes, derramar algumas lágrimas quando se quer sorrir. O sorriso nada ensina. Quando se está feliz não se preocupa com algum ensinamento sobre essa felicidade, ao contrário, só se quer ser feliz e mais nada. Porém, quando se está triste, ai sim. Ai existe importância. Porque a dor é o degrau de uma escada, posto que se deve subir pra algum lugar -não para o céu- a dor é fundamental. É isso. Deveria haver importância maior em sentir dor. Estou cansado.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Apaixonar-se é andar sem o chão sob os pés.
Quando se está com sintomas de paixão, tem-se que tomar cuidado, bastante cuidado, eu diria. Posto que a paixão é o sentimento mais humano e intenso já experimentado por qualquer humano intenso, por isso que se requer cuidado. Pela intensidade. A paixão é imensuravelmente uma loucura. É coisa desmedida. Amar, por outro lado, é aquele sentimento sério de quem já cansou de se apaixonar, ou seja, já cansou de andar sob um precipício. Cansa-se porque a paixão exige muito de uma pessoa. E não só da carne, diga-se de passagem. Exige é do espírito também. Quem se apaixona tenta racionalizar o sentimento sem saber que até a razão é sujeita à paixão e isso só torna um caminho que já é complicado mais árduo. Apaixonar-se não é pra qualquer um. Tem que haver disposição pra se entregar 24 horas por dia a um sentimento que subjuga quem deveria estar subjugando o sentimento. Apaixonar-se é receber um tapa na face e dar a outra face para o tapa como se fosse um afago. Beira ao masoquismo realmente. Quem já se apaixonou, sabe. E quando se erra apaixonado é que se apaixona mais! A paixão não exige perfectibilidade tal qual o amor. Amar é remar num barco a vela sem vento no mar. Enquanto que se apaixonar é enfrentar uma tempestade e, às vezes, não sair vivo dela. A paixão é assim mesmo, por onde passa faz questão de se mostrar e mostrar quem sofre dessa precipitação toda. E, acredite, a paixão, quando chega, quebra. Sempre quebra alguma coisa. Por isso é raro ver um apaixonado igual ao que ele já foi quando se apaixonou pela primeira vez. Mas existem os tais que desafiam esse atropelo de sensações. Veja, existe diferença entre paixão e amor até em cores. A paixão, com certeza, é um vermelho intenso, enquanto o amor é branco ou qualquer cor que não seja tão intensa quanto o vermelho da paixão. Vale ressaltar que o amor não é um sentimento menos nobre que a paixão, ao contrário, aqueles que não tem crises de sanidade devem amar e não apaixonar-se. De tanto se pular uma fogueira, um dia se habitua com a falta de queda e cai, essa é paixão. E queima-se! Portanto, pra quem quer preservar sua integridade física, psicológica e sentimental, não se apaixone. Ame. Embora saibamos que não é assim que acontece. Esse é outro grande problema da paixão, ela acontece subitamente, enquanto o amor brota, cresce e se mostra para aquele que ama. Portanto, calmos, amem e não se apaixonem. Já para os loucos, o amor é marasmo.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Tenho visto ultimamente que aprender a definir um objeto é uma tarefa bastante árdua.
Pensa-se que definir alguma coisa é só dizer o que ela é, é isso, mas não é só isso.
Definir é dizer o que uma coisa é e não pode deixar de ser, ou seja, é dizer o que ela é enquanto essência.
Definir é dizer a essência de um objeto, essa seria uma definição que eu aceitaria para o termo "definir".Exposta a dificuldade de dar uma definição por completo, eu venho tentando, ultimamente, definir o que é poesia e já encontrei um caminho, porém, sendo uma atividade eu não gostaria de me valer dela. Eu venho tentando me definir enquanto homem, mas o homem parece não ser passível de definição. Decerto que eu penso assim porque eu sou homem, talvez, se eu não o fosse conseguiria dar uma definição de homem? não, impossível. Posto que o homem é o único ser que pensa e reflete sobre o seu pensamento. O homem é razão e paixão misturadas.
Eu, homem, sou isso. Razão e paixão. É complicado de se imaginar como dois pares de opostos poderiam se harmonizar. Mas é assim que acontece mesmo. Nós não conseguimos ver desse jeito pelo fato de termos sido condicionados desde os primórdios a acreditar que não equilíbrio algum oposição, ao contrário, posto que são opostos, um não coexiste com o outro. Ou um ou outro. Sempre se excluem, quando, na verdade, a oposição existe e só existe o amor porque eu conheço o ódio, por exemplo.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Não sei o motivo pelo qual eu venho aqui hoje. eu acho que é porque eu estou sentindo saudades e me sinto sozinho quando sinto saudades. Mas eu vou continuar sentindo saudades, portanto, não sei como vai ser agora. Está tudo tão diferente. Incrível como as coisas mudam tão rápido, estou assustado com a velocidade dos fatos. Está tudo passando tão rápido e parece que eu estou estático no meio dessa velocidade toda. Eu tento acompanhar, mas não consigo. Eu pensei estar conseguindo, mas as coisas mudaram, as coisas sempre mudam, mas dessa vez foi contra a minha vontade. Não poderia acontecer isso e, no entanto, aconteceu. Por isso que eu acho que esse negócio "de-que-eu-faço-o-meu-destino" é, na verdade, uma grande utopia. Eu acho que estou me enveredando pela linha determinista das coisas. E, só pra elucidar as coisas, quem é o fator determinante não é Deus, aliás, não sei. Vou estudar com mais afinco o determinismo e depois posto a minha opinião. Sei apenas de uma coisa: não está bom. Está pesado, parece que as coisas resolveram cair sobre os meus ombros de uma vez só. Quanta falta de senso. Mas é assim que as coisas acontecem. Eu estava feliz. Agora estou triste, não quero pular a ordem natural das coisas. Em breve me encontrarei feliz novamente. A vida é cíclica. Não que os fatos se repitam, mas as sensações sim, essas se repetem, ou melhor, se alternam. Na ausência de uma, surge a outra. Mas eu não quero me importar tanto com isso. Estou ficando cansado, não posso esmorecer agora. Ainda está cedo e eu já estou chegando nos extremos do limite. É perigoso.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Precisava conversar. Só vim por isso. Só pra falar e falar. Mesmo que ninguém escute é bom falar. Mesmo que seja pra mim mesmo é bom falar. Falar sobre tudo e nada, não separados, mas juntos. Um dentro do outro. Um pelo outro. Não na ausência de um e na presença do outro, mas no equilíbrio dos dois. Eu fico impressionado como eu tenho a capacidade de me impressionar com coisas pequenas. Com coisas normais. Eu mudo quando eu vejo essas coisas. É bom ver essas coisas.
O cotidiano só se torna enfadonho pelo fato de não conseguirmos enxergar a beleza das coisas que vemos todo dia. Nós passamos por corriqueiras sem saber o porquê disso, mas continuamos passando e não nos deparamos com a beleza do dia-a-dia. Acordar, por exemplo, já se pensou como seria a vida se fosse só dormir? Portanto, acordar é belo. Assim como o adormecer também o é. Mas seria muito mais belo se eu pudesse adormecer e acordar ao mesmo tempo. Eu não sei exemplificar como isso acontece, até porque quando eu acordo, por consequência, deixo de dormir, mas não duvido que os dois juntos seriam maravilhosos. Exemplo disso é a noite e o dia. Um nasce e outro se esvai, mas existem os eclipses, descontinuidades na rotina, quando a noite se sobrepõe ao dia e esse não deixa de ser dia mesmo estando escuro. Fenômeno brilhante esse tal desse eclipse, se Deus existe, com certeza está presente no eclipse. E eu sempre digo para mim: não sou ateu. E, realmente, não sou. Mas eu não queria falar de filosofia, porém, é impossível. Não se pode fugir de uma coisa que está dentro de si. Está dentro de nós, porém, não gostamos do cotidiano, aliás, não o reparamos, não nos assustamos com as coisas corriqueiras e filosofia é isso: praticar o espanto com as coisas do dia-a-dia. Os céticos e cientistas sempre procuram uma explicação mensurável para toda pergunta de cunho filosófico. Exemplo: o que é a água? H2O, basicamente. Mas isso em apenas 99% dos casos, o outro 1% é que é fantásticos. Já pensou no dia em que água vai deixar deH2O? Eu não posso afirmar que ela vai ser assim pra sempre. Eu não sou pra sempre. O homem muda a cada instante, basta respirar que já se é uma pessoa diferente daquela do segundo anterior. E toda essa mutação é fantástica, diria eu. Mesmo relutando em aceitar. Ser mutante é o que há de mais esplêndido quando se trata de nós, humanos. Eu não sei se era sobre isso que eu queria conversar. Uma pausa. Vou me perguntar. É, eu não sei se eu quero mais falar nada. E isso é fantástico. Eu entrei aqui com a necessidade de falar, agora, passado alguns minutos apenas, essa vontade foi pra um lugar que não sou eu.
"Não pode banhar-se duas vezes no mesmo rio" Heráclito de Eféseo.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Eu, realmente, não entendo porque eu nunca consigo escrever um texto estritamente racional e com paixão. Em minha cabeça, pequena, confusa e pensante, não cabe os dois juntos. Um sempre se faz presente quando o outro insiste em se ausentar e, pasmem, não fica só na insistência, de fato, ele se ausenta. E eu o procuro. Eu quero sentir o gosto de amar com o cérebro. Eu sei que eu já faço isso e que esse negócio de coração é bobagem. O amor é devaneio da cabeça. Mas minha cabeça não consegue aceitar isso, pois ela se julga superior a um sentimento que me subjuga, na verdade. Minha cabeça é soberba, e lá vou eu separando meu lado racional do emotivo mais uma vez, e pensante, enquanto meu, suposto, coração é burro. E isso é o que o resume. Mas eu não enxergo burrice nesse sentimento, posto que a cabeça devaneia outro símbolo para retirar a responsabilidade que tem, na verdade. E sendo mais justo comigo mesmo e não usando mais de simbolismo algum, a culpa é minha, na verdade, é nossa. Por que o homem, e quando digo o homem digo a espécie, não consegue ser feliz consigo mesmo? Pra quê colocar a responsabilidade toda que uma companhia tem que ter nessa mesma companhia? Deveríamos conseguir conviver com nós mesmos, mas é pesado, difícil. Vê-se que nós somos carentes de relações, sejam elas com nossos similares ou não. Como sofrem os animais em nossas mãos. Mas eles gostam. E nós também gostamos de ser um animal de alguém. Gostamos de receber o afeto alheio quando, na verdade, temos o nosso próprio afeto para nos passar. E isso é cômodo. E isso é fácil. E evita as decepções futuras. Sem muitas pinturas nós sabemos que elas vão acontecer. De forma sutil ou não. E a culpa não é de quem nos decepciona, ao contrário, a culpa é nossa. Quem disse que eu sou obrigado a suprir as expectativas alheias e vice-versa? Não sou. Só faço isso porque eu também quero que alguém venha suprir as minhas expectativas. E a partir disso vem outra questão sobre os relacionamentos. Todos os relacionamentos são carregados de interesse. E isso é bom. É humano. E, pra mim, o que não é divino e intocável é bom, pois é suscetível a erros. Mas voltando à ideia dos relacionamentos serem apenas interesses, uma tese muito contestada, porém, verídica. Eu não me aproximo de uma pessoa por me aproximar. Eu quero alguma coisa em troca. Eu vou te dar alguma coisa. Nada mais justo do que exigir isso em troca, não? A amizade, por exemplo, existe meramente por interesse. Interesse em uma boa conversa, interesse no carinho alheio- não conseguimos nós próprios nos acariciarmos-enfim, a verdade é essa: todo relacionamento que se diz despojado de interesse é falso. Todo relacionamento em que eu transporto minhas expectativas a terceiro é insano. Mas eu ainda quero saber porque eu não consigo falar racionalmente com emoção. Quem souber a resposta, e poucas pessoas lerão esse texto, me diga. Preciso. Mais uma vez, interesse.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

De repente eu desaprendi muitas coisas. Desaprendi como se ama. Desaprendi como se gosta, mas agora tem alguma coisa diferente acontecendo. Hoje eu não quero falar de filosofia e nem dos problemas do mundo. Quero falar de mim pra depois eu ler o que eu disse e tentar entender o que está acontecendo. Eu que sempre fui seguro, ao menos demonstrava isso, me sinto tão inseguro com o que vem acontecendo, esse sentimento é diferente e eu quero que ele esteja errado, não pode ser isso e nem desse jeito, tomara que eu esteja apenas confuso e carente e por isso toda essa bagunça. Não quero prever um futuro pra isso que está acontecendo porque essa confusão tem que cessar agora, já. Já aconteceu uma vez e eu não gostei. E agora de novo, mas não pode ser, não pode estar sendo certo. Eu gosto e sinto ciúmes, nunca mais tinha sentido isso e fico cogitando hipóteses sobre o futuro e pensando o que vai acontecer, se vai acontecer e com quem vai acontecer, mas não pode ser assim porque quem está no lugar errado sou eu, ela não. Sempre esteve no lugar certo. Eu que sou sempre confuso, inseguro e penso ser algumas coisas que não são. Tomara que dessa vez seja isso também: confuso, inseguro e carente. Dessa vez, mais do que nunca, tem que ser isso: confuso, inseguro e carente. Não tem outra alternativa e isso me faria tão feliz se fosse verdade, mas vai ser. Vai sim. Tem que ser assim. É bom se privar de algumas coisas pra preservar outras é isso que eu quero, me privar pra preservar. E é assim que vai ser, sem mais alarde, sem mais confusão dentro de minha cabeça, vai ser assim. Vai continuar do jeito que sempre foi. Ela e eu, mas do jeito que sempre foi e não desse jeito que eu estou confundindo ser. No fundo, é tudo solitude mesmo. E só.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Voltei ao mundo com uma visão mais crítica de mundo. Com uma visão mais filosófica de mundo. Vê-se por ai muitas pessoas que se dizem inteligentes, pessoas que se dizem sábias caindo em contradição com o que pensam. Pois, hoje existe a preguiça de pensar de forma categórica, existe a preguiça de pensar, na verdade. Logo o homem, o único animal racional, isso é indiscutível, renuncia a única coisa que o diferencia, por exemplo, de um macaco, ou cachorro, ou qualquer animal que seja. O homem, o bicho, pois também não admite-se apenas a razão para o homem, está, cada vez mais, alheio ao que se passa em sua época.Parece que deixou de lado tudo que é merecedor de discussão.Hoje o que realmente se vale discutir é se a menina do big brother brasil é falsa ou não. Hoje o que realmente interessa é se aquele menino do filme dos vampiros vai ficar com a menina ou não. E os problemas sociais? E os problemas filosóficos? E os problemas ambientais? Esses ai não são dignos de discussão alguma. Esses ai não importam pra nada, o pensamento do senso comum é esse. Até porque pensar não coloca comida na mesa de ninguém. O que alimenta a barriga aliena o cidadão. E eu sei que todo esse meu questionamento vai ser tido como soberba ou falta do que fazer, quem desafia o senso comum sofre sanções, mas, de vez em quando, seria bom se todo mundo pensasse um pouco, buscasse um meio-termo entre razão e instinto, o mais salutar, em minha opinião. Pensar sobre nossas atitudes, o mundo está acabando e vê-se as pessoas jogando os seus lixinhos na rua. Seria bom que essas pessoas jogassem os seus lixinhos também dentro de suas casa, na caminha do papai e da mamãe, mas ai não! Isso ai, jamais! Papai os educou bem o suficiente pra se saber que o lixinho só se pode ser jogado nas calçadas, nos rios, nos esgotos, enfim, os papais deles ensinaram tudo direitinho. E, às vezes, nem é só a culpa de um pai ou uma mãe, mas de uma geração, porém a hora da mudança chama-se: AGORA. E isso não vale apenas pra questão ambiental. As eleições estão ai e vê-se obras sendo concluídas em tempo recorde, vê-se calçadas sendo construídas e as escolas, políticos? E o ensino público do Brasil, melhora? Melhorar pra quê? Tá bom assim, respondem os políticos. Uma sociedade pensante é uma empáfia. Sugerem os políticos. Bom mesmo é um rebanho pra ser tangido! e se um tentar se afastar do rebanho vários meios estão ai pra sancionar. Liberdade? nunca a vi.