De repente eu desaprendi muitas coisas. Desaprendi como se ama. Desaprendi como se gosta, mas agora tem alguma coisa diferente acontecendo. Hoje eu não quero falar de filosofia e nem dos problemas do mundo. Quero falar de mim pra depois eu ler o que eu disse e tentar entender o que está acontecendo. Eu que sempre fui seguro, ao menos demonstrava isso, me sinto tão inseguro com o que vem acontecendo, esse sentimento é diferente e eu quero que ele esteja errado, não pode ser isso e nem desse jeito, tomara que eu esteja apenas confuso e carente e por isso toda essa bagunça. Não quero prever um futuro pra isso que está acontecendo porque essa confusão tem que cessar agora, já. Já aconteceu uma vez e eu não gostei. E agora de novo, mas não pode ser, não pode estar sendo certo. Eu gosto e sinto ciúmes, nunca mais tinha sentido isso e fico cogitando hipóteses sobre o futuro e pensando o que vai acontecer, se vai acontecer e com quem vai acontecer, mas não pode ser assim porque quem está no lugar errado sou eu, ela não. Sempre esteve no lugar certo. Eu que sou sempre confuso, inseguro e penso ser algumas coisas que não são. Tomara que dessa vez seja isso também: confuso, inseguro e carente. Dessa vez, mais do que nunca, tem que ser isso: confuso, inseguro e carente. Não tem outra alternativa e isso me faria tão feliz se fosse verdade, mas vai ser. Vai sim. Tem que ser assim. É bom se privar de algumas coisas pra preservar outras é isso que eu quero, me privar pra preservar. E é assim que vai ser, sem mais alarde, sem mais confusão dentro de minha cabeça, vai ser assim. Vai continuar do jeito que sempre foi. Ela e eu, mas do jeito que sempre foi e não desse jeito que eu estou confundindo ser. No fundo, é tudo solitude mesmo. E só.
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