domingo, 6 de junho de 2010

Queria muito poder dizer hoje o que estou sentindo. Eu penso no que estou sentindo, reflito, organizo minhas ideias, mas, na hora de dizer, não digo. É complicado querer falar uma coisa e essa coisa insistir em não ser dita, seja por qualquer limitação. É frustrante e a frustração aumenta quando o que se quer dizer é relevante, ao menos pra quem diz. Eu sei de uma coisa: viver doi. E essa é toda a beleza que existe em estar vivo. Sentir a dor da vida chega a ser divino. Digo divino para enfatizar o tamanho desse sentir. E mais: viver doi e, na maioria das vezes, é a dor que cura. Pois a felicidade é um lampejo apenas. Cura-se através da dor. É importante, às vezes, derramar algumas lágrimas quando se quer sorrir. O sorriso nada ensina. Quando se está feliz não se preocupa com algum ensinamento sobre essa felicidade, ao contrário, só se quer ser feliz e mais nada. Porém, quando se está triste, ai sim. Ai existe importância. Porque a dor é o degrau de uma escada, posto que se deve subir pra algum lugar -não para o céu- a dor é fundamental. É isso. Deveria haver importância maior em sentir dor. Estou cansado.